quinta-feira, 14 de março de 2013

Resumo: o que é e como se faz


O resumo é um gênero textual bastante comum na esfera acadêmica, escolar e científica. Resumir significa reduzir em termos breves e precisos as partes essenciais de um texto. Existem três tipos de resumos; resumo indicativo (que é o resumo pedido no PAS, ENEM e vestibulares), resumo informativo ( que é o tipo de resumo que informa as características do tema, como o processo, metodologia e resultados, também conhecido como summary) e o resumo crítico ou resenha ( esse tipo apresenta análise critica). Um resumo sintetiza as principais idéias apresentadas em um texto, sempre de forma objetiva.

Veja agora um exemplo do resumo de “Senhora”, de José de Alencar:

De qualquer modo, publicado em 1875, "Senhora" traz características inequivocamente românticas, como se pode ver pelo núcleo de seu enredo, simples, atrelado aos esquematismos dos dramas de amor do Romantismo: Aurélia Camargo, filha de uma pobre costureira, apaixonou-se por Fernando Seixas, a quem namorou. Este, porém, desfez a relação, movido pela vontade se casar com uma moça rica, Adelaide Amaral.

           Passado algum tempo, Aurélia, já órfã, recebe uma grande herança do avô e ascende na escala social. Ainda ressentida com o antigo namorado, resolve vingar-se dele. Sabendo que Fernando, ainda solteiro, andava em dificuldades financeiras, resolve comprá-lo para marido. Na época, o Segundo Reinado, vigora o regime de casamento dotal, em que o pai da noiva (ou, no caso, ela mesma) deveria dar um dote ao futuro marido.

           Assim, através de um procurador, Fernando recebe uma proposta de casamento e a aceita sem saber exatamente com quem se casará - interessa-lhe apenas o dinheiro, cem contos de réis, que vai receber por isso. Ao descobrir que sua noiva é Aurélia, Fernando se sente um felizardo, pois, na verdade, nunca deixara de amá-la. E abre seu coração para ela.

            A jovem, porém, na noite de núpcias, deixa claro: "comprou-o" para representar o papel de marido que uma mulher na sua posição social deve ter. Dormirão em quartos separados. Aurélia não só não pretende entregar-se a ele, como aproveita as oportunidades que o cotidiano lhe oferece para criticá-lo com ironia. Durante meses, uma relação conjugal marcada pelas ofensas e o sarcasmo se desenvolve entre os dois.

            Fernando, todavia, trabalha e realiza um negócio que lhe permite levantar o dinheiro que devia a Aurélia. Desse modo, propõe-se a restituir-lhe a quantia em troca da separação. Considerando o gesto uma prova da regeneração de Fernando, Aurélia, que nunca deixara de amá-lo, é vencida pelo amor. Ao receber o dinheiro, entrega-lhe a chave de seu quarto e o casamento se consuma, afinal.

http://vestibular.uol.com.br/resumos-de-livros/senhora.jhtm



Como fazer um resumo?

Primeiramente, tenha em consideração os seguintes elementos:

ler atentamente o texto a ser resumido, assinalando nele as idéias que forem parecendo significativas à primeira leitura;
identificar o gênero a que pertence o texto (uma narrativa, um texto opinativo, uma receita, um discurso político, um relato cômico, um diálogo, etc.
identificar a idéia principal (às vezes, essa identificação demanda seleções sucessivas, como nos concursos de beleza...);
identificar a organização - articulações e movimento - do texto (o modo como as idéias secundárias se ligam logicamente à principal);
identificar as idéias secundárias e agrupá-las em subconjuntos (por exemplo: segundo sua ligação com a principal, quando houver diferentes níveis de importância; segundo pontos em comum, quando se perceberem subtemas);
identificar os principais recursos utilizados (exemplos, comparações e outras vozes que ajudam a entender o texto, mas que não devem constar no resumo formal, apenas no livre, quando necessário);
esquematizar o resultado desse processamento;



Feito isso você pode começar a desenvolver o seu texto. Olhe abaixo outro exemplo de um bom resumo:

No resumo da novela Carrossel desta quinta, 14/02: Renê ajuda Helena com os desenhos dos alunos.Ele aproveita para convidá-la para sair. Suzana observa a conversa. Helena aceita o convite do professor, que afirma que a espera na sorveteria.
Manipuladora, Suzana diz a Olívia que está preocupada com os alunos de Helena, pois eles estão sempre largados, a professora não passa a matéria. Olívia chama Helena para uma conversa na diretoria, diz que a professora se mostra excessivamente generosa com os alunos e eles se aproveitam dela.
Olívia diz que aplicará um teste nos alunos de Helena e entrega a matéria à professora. A diretora pede um relatório extenso a Helena sobre as atividades e o comportamento dos alunos.
A diretora chama Suzana em sua sala e agradece ao conselho. Suzana vai à sala de música e diz que sente a falta de conversar com Renê. Suzana pergunta ao professor se ele vai mesmo sair com Helena, pois na última hora ela vai inventar uma desculpa.
Suzana afirma a Renê que ele tem que gostar de quem gosta dele. Helena diz a Jaime que precisa falar com o pai dele. Suzana mexe nas coisas de Helena, ela desliga o celular da professora. Olívia pressiona Helena sobre o relatório.
Helena questiona Olívia se ela tem motivos para desconfiar de seu trabalho. Renê está na sorveteria e aguarda Helena. Helena comenta com Rafael que Jaime precisa se esforçar para o teste que Olívia vai aplicar.
Renê tenta telefonar para Helena, mas ela não atende. Helena se lembra do compromisso com Renê, seu celular está desligado, ela estranha. A professora tenta ligar para Renê, mas propositalmente ele não atende. Jaime deixa de estudar para ir jogar futebol. Ele sai às escondidas do pai.

http://resumo-das-novelas.com/proximos-capitulos-da-novela/resumo-da-novela-carrossel-resumo-dos-capitulos-de-carrossel/



Agora, aqui vai uma lista dos erros mais comuns de alunos do Ensino Médio ao comporem o seu resumo:

a.      Titulo

b.      Citação ou uso de aspas

c.       Opinião

d.      Detalhes ou exemplos

e.      Texto longo ou com mais de um parágrafo

Compare esses dois exemplos do romance de Machado de Assis, “Dom Casmurro”:

Resumo bom
Dona Gloria, uma mulher muito religiosa, tinha perdido o primeiro filho e o segundo se sobrevivesse seria padre. Esse ambiente é onde cresce Bentinho, filho de D. Gloria, o protagonista de D. Casmurro. Desde criança ele fora preparado para a ordenação, mas Bentinho, apesar de toda a insistência da família não queria se tornar padre. Uma das razões para isso é que subitamente ele descobre que tem sentimentos pela vizinha e sua amiga, Capitu. Apesar de tentarem de tudo para impedir a ida de Bentinho ao seminário chega o momento da separação. Lá onde Bentinho conhece Escobar, um colega de seminário. Escobar dá a ideia a Bentinho de como afastar-se do seminário sem quebrar a promessa feita por sua mãe. Assim, Bentinho pôde voltar para casa e se casar com Capitu. Ao passo que
Escobar, que também desiste do seminário se casa com a melhor amiga de Capitu, Sancha. Os dois casais mantinham boas relações até a morte de Escobar. Bentinho fica enciumado do modo como Capitu olha para o defunto Escobar. Deste momento em diante as suspeitas
começam e o ciúme aumenta. Bentinho, inclusive suspeita da paternidade de Ezequiel, filho de Capitu. E cada vez mais Bentinho enxerga o velho amigo, Escobar Ezequiel no menino Ezequiel. Por fim, o casal se separa, mesmo que Bento tivesse uma prova cabal do adultério. Capitu e Ezequiel partem para o exterior onde passam o resto das vidas. Recluso, Bentinho vira Dom Casmurro, um velho aborrecido e cheio de si. Sozinho, começa a contar sua história organizando os fatos de modo a provar a culpa de Capitu.

Resumo ruim
Dom Casmurro

Capitolina e Bentinho cresceram juntos e desde pequenos eram “apaixonados” um pelo outro. D. Glória (a mãe de Bentinho) havia feito uma promessa de que o seu filho se tornaria padre. O menino com o passar dos anos foi se apaixonando cada vez mais por Capitu (apelido atribuído a Capitolina) e mesmo após ter ido ao seminário tentando fazer a vontade da mãe desistiu da ideia e resolveu assumir o romance.
Capitu, que também era apaixonada por Bentinho aceita o pedido de casamento. Então nasce um filho dessa união chamado Ezequiel (uma homenagem a um grande amigo de Bentinho). Através desse menino o casamento enfrenta problemas, pois Bentinho imagina que o filho seria de Escobar, o seu amigo e não dele, por ele ser extremamente parecido com o falecido amigo.
O ciúme de Bentinho faz com que ele quase mate Ezequiel de tanto ódio, mas por fim isso não acontece e paira uma duvida no ar “teria Capitu traído ou não o marido?”. Qualquer leitor consciente responderia sim a esta pergunta, pois no romance tudo indica que Capitu, uma mulher dissimulada e muito esperta tenha se apaixonado pelo amigo de Bentinho e dessa traição teria nascido o pequeno Ezequiel, a cena da mulher deitada no caixão de Escobar já diz e comprovam todas essas supostas dúvidas.




Agora que você aprendeu como fazer resumos, vamos praticar? Antes de começar a escrever os seus textos, releia com atenção os passos para se escrever um bom resumo indicativo. Com base nos textos abaixo, redija em até 15 linhas e 150 palavras dois resumos indicativos.

Texto 1 - Domingos Pellegrini

O sorriso do morto



Até para a família não pensar que desprezei o morto, conforme o costume fui à beira do caixão e contemplei sua face.
O morto estava horizontalmente morto. Quietamente morto. Cerosamente morto, com a cor de parafina velha dos mortos.
Mas sorria. Sim, o morto sorria. Não o sorriso aberto dos vivos, mas um sorriso sutil, talvez até irônico, como se levemente debochando daquilo tudo, as caras compungidas, as conversas em surdina, tantas flores murchando, as assinaturas comparecendo no livro de presença.
Dos presentes ali, só o morto estava ausente, mas por causa dele todos ali estavam – seria por isso o sorriso?
A viúva conversava com outra viúva, com gestos tão vivos que se traduziam: o que fazer depois do enterro, papelada a providenciar, cuidado com os cartões de crédito, podem ser um alívio, desde que se tenha a senha, ou um transtorno de anos na mão da Justiça e dos bancos!
Eu interpretava seus gestos, quando um dos filhos me perguntou: eu conhecia seu pai daonde?
Ah, contei, de muito tempo atrás, fomos colegas de escola.
Ele sorriu como o morto sorria em vida, e me abraçou, sussurrando que o pai decerto estava feliz de me ver ali.
Seria por isso que o morto sorria? Por rever velhos colegas, reunir na morte os amigos que a vida não reunia? Então vi, num canto, a primeira namorada do morto, nossa colega de colégio, agora senhora com seus decoros. Trocamos olhar, onde vi uma chispa adolescente, e fui até ela.
Logo rimos dos tempos de colégio, relatamos a vida em poucas palavras, e enfim passamos para as confidências. O morto parecia sorrir, não? Sim, ela concordou:
– E deve ser por estar contente comigo.
Claro que perguntei porque, ela suspirou:
– Ah, porque tive coragem de vir.
Suspirou de novo, olhou para os lados e enfim sussurrou:
– Não fui apenas a primeira namorada dele, fui também sua melhor amiga a vida toda...
Fiquei sem palavras, mas ela continuou:
– A gente se encontrava só pra falar da vida, só isso mesmo. Ele dizia que ela e eles (lançou olhar para a viúva e seus filhos) nunca iam entender. Então a gente manteve nossa “amizedo”, como ele dizia, nossa amizade em segredo, quase meio século!...
Choramingou no lenço, olhou em volta e continuou:
– Era tão bom! Cada um era confidente e conselheiro do outro. Ele dizia que preferia me pagar jantar em motel do que pagar psicanalista! E...
Chegou um paletó bem engravatado, ela apresentou, era seu marido, e fomos para o enterro. A certa altura, depois que o caixão baixou e o marido estava distraído, ela sussurrou:
– Era só amizade, viu? Motel era só por discrição, ou, como ele dizia, necessidade estrita de puro sigilo.
Era bem o estilo do morto, “necessidade estrita de puro sigilo”. Certa vez, acendendo a churrasqueira, ele mostrou um punhado de gravetos, dizendo que eram “apetrechos indispensáveis para alcançar rapidamente o fim almejado”.
Ela sussurrou: – E tudo fique entre nós!
Só balancei a cabeça concordando, claro.
Afinal, se não podia contar aquilo nem para outros amigos, ao menos eu sabia porque o morto sorria.

http://www.gazetadopovo.com.br/colunistas/conteudo.phtml?tl=1&id=1341609&tit=O-sorriso-do-morto



Texto 2 - José Bento Renato Monteiro Lobato (Taubaté, 18 de abril de 1882 – São Paulo, 4 de julho de 1948)[1] foi um dos mais influentes escritores brasileiros do século XX. Foi um importante editor de livros inéditos e autor de importantes traduções. Seguido a seu precursor Figueiredo Pimentel ("Contos da Carochinha") da literatura infantil brasileira, ficou popularmente conhecido pelo conjunto educativo de sua obra de livros infantis, que constitui aproximadamente a metade da sua produção literária. A outra metade, consistindo de contos (geralmente sobre temas brasileiros), artigos, críticas, crônicas, prefácios, cartas, um livro sobre a importância do petróleo e do ferro, e um único romance, O Presidente Negro, o qual não alcançou a mesma popularidade que suas obras para crianças, que entre as mais famosas destaca-se Reinações de Narizinho (1931), Caçadas de Pedrinho (1933) e O Picapau Amarelo (1939).
Contista, ensaísta e tradutor, este grande nome da literatura brasileira nasceu na cidade de Taubaté, interior de São Paulo, no ano de 1882. Formado em Direito, atuou como promotor público até se tornar fazendeiro, após receber herança deixada pelo avô. Diante de um novo estilo de vida, Lobato passou a publicar seus primeiros contos em jornais e revistas, sendo que, posteriormente, reuniu uma série deles em Urupês, obra prima deste famoso escritor.
Em uma época em que os livros brasileiros eram editados em Paris ou Lisboa, Monteiro Lobato tornou-se também editor, passando a editar livros também no Brasil. Com isso, ele implantou uma série de renovações nos livros didáticos e infantis.
Este notável escritor é bastante conhecido entre as crianças, pois se dedicou a um estilo de escrita com linguagem simples onde realidade e fantasia estão lado a lado. Pode-se dizer que ele foi o precursor da literatura infantil no Brasil.
Suas personagens mais conhecidas são: Emília, uma boneca de pano com sentimento e idéias independentes; Pedrinho, personagem que o autor se identifica quando criança; Visconde de Sabugosa, a sabia espiga de milho que tem atitudes de adulto, Cuca, vilã que aterroriza a todos do sítio, Saci Pererê e outras personagens que fazem parte da inesquecível obra: O Sítio do Pica-Pau Amarelo, que até hoje encanta muitas crianças e adultos.
Escreveu ainda outras incríveis obras infantis, como: A Menina do Nariz Arrebitado, O Saci, Fábulas do Marquês de Rabicó, Aventuras do Príncipe, Noivado de Narizinho, O Pó de Pirlimpimpim, Reinações de Narizinho, As Caçadas de Pedrinho, Emília no País da Gramática, Memórias da Emília, O Poço do Visconde, O Pica-Pau Amarelo e A Chave do Tamanho.

Fora os livros infantis, este escritor brasileiro escreveu outras obras literárias, tais como: O Choque das Raças, Urupês, A Barca de Gleyre e o Escândalo do Petróleo. Neste último livro, demonstra todo seu nacionalismo, posicionando-se totalmente favorável a exploração do petróleo apenas por empresas brasileiras.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Monteiro_Lobato#Bibliografia