O resumo é um gênero textual bastante
comum na esfera acadêmica, escolar e científica. Resumir significa reduzir em
termos breves e precisos as partes essenciais de um texto. Existem três tipos
de resumos; resumo indicativo (que é o resumo pedido no PAS, ENEM e
vestibulares), resumo informativo ( que é o tipo de resumo que informa as
características do tema, como o processo, metodologia e resultados, também
conhecido como summary) e o resumo crítico ou resenha ( esse tipo apresenta
análise critica). Um resumo sintetiza as principais idéias apresentadas em um
texto, sempre de forma objetiva.
Veja
agora um exemplo do resumo de “Senhora”, de José de Alencar:
De
qualquer modo, publicado em 1875, "Senhora" traz características
inequivocamente românticas, como se pode ver pelo núcleo de seu enredo, simples,
atrelado aos esquematismos dos dramas de amor do Romantismo: Aurélia Camargo,
filha de uma pobre costureira, apaixonou-se por Fernando Seixas, a quem
namorou. Este, porém, desfez a relação, movido pela vontade se casar com uma
moça rica, Adelaide Amaral.
Passado algum tempo, Aurélia, já
órfã, recebe uma grande herança do avô e ascende na escala social. Ainda
ressentida com o antigo namorado, resolve vingar-se dele. Sabendo que Fernando,
ainda solteiro, andava em dificuldades financeiras, resolve comprá-lo para
marido. Na época, o Segundo Reinado, vigora o regime de casamento dotal, em que
o pai da noiva (ou, no caso, ela mesma) deveria dar um dote ao futuro marido.
Assim, através de um procurador,
Fernando recebe uma proposta de casamento e a aceita sem saber exatamente com
quem se casará - interessa-lhe apenas o dinheiro, cem contos de réis, que vai
receber por isso. Ao descobrir que sua noiva é Aurélia, Fernando se sente um
felizardo, pois, na verdade, nunca deixara de amá-la. E abre seu coração para
ela.
A jovem, porém, na noite de
núpcias, deixa claro: "comprou-o" para representar o papel de marido
que uma mulher na sua posição social deve ter. Dormirão em quartos separados.
Aurélia não só não pretende entregar-se a ele, como aproveita as oportunidades
que o cotidiano lhe oferece para criticá-lo com ironia. Durante meses, uma
relação conjugal marcada pelas ofensas e o sarcasmo se desenvolve entre os
dois.
Fernando, todavia, trabalha e
realiza um negócio que lhe permite levantar o dinheiro que devia a Aurélia.
Desse modo, propõe-se a restituir-lhe a quantia em troca da separação.
Considerando o gesto uma prova da regeneração de Fernando, Aurélia, que nunca
deixara de amá-lo, é vencida pelo amor. Ao receber o dinheiro, entrega-lhe a
chave de seu quarto e o casamento se consuma, afinal.
http://vestibular.uol.com.br/resumos-de-livros/senhora.jhtm
Como
fazer um resumo?
Primeiramente,
tenha em consideração os seguintes elementos:
ler
atentamente o texto a ser resumido, assinalando nele as idéias que forem
parecendo significativas à primeira leitura;
identificar
o gênero a que pertence o texto (uma narrativa, um texto opinativo, uma
receita, um discurso político, um relato cômico, um diálogo, etc.
identificar
a idéia principal (às vezes, essa identificação demanda seleções sucessivas,
como nos concursos de beleza...);
identificar
a organização - articulações e movimento - do texto (o modo como as idéias
secundárias se ligam logicamente à principal);
identificar
as idéias secundárias e agrupá-las em subconjuntos (por exemplo: segundo sua
ligação com a principal, quando houver diferentes níveis de importância;
segundo pontos em comum, quando se perceberem subtemas);
identificar
os principais recursos utilizados (exemplos, comparações e outras vozes que
ajudam a entender o texto, mas que não devem constar no resumo formal, apenas
no livre, quando necessário);
esquematizar
o resultado desse processamento;
Feito
isso você pode começar a desenvolver o seu texto. Olhe abaixo outro exemplo de
um bom resumo:
No
resumo da novela Carrossel desta quinta, 14/02: Renê ajuda Helena com os
desenhos dos alunos.Ele aproveita para convidá-la para sair. Suzana observa a
conversa. Helena aceita o convite do professor, que afirma que a espera na
sorveteria.
Manipuladora,
Suzana diz a Olívia que está preocupada com os alunos de Helena, pois eles
estão sempre largados, a professora não passa a matéria. Olívia chama Helena
para uma conversa na diretoria, diz que a professora se mostra excessivamente
generosa com os alunos e eles se aproveitam dela.
Olívia
diz que aplicará um teste nos alunos de Helena e entrega a matéria à
professora. A diretora pede um relatório extenso a Helena sobre as atividades e
o comportamento dos alunos.
A
diretora chama Suzana em sua sala e agradece ao conselho. Suzana vai à sala de
música e diz que sente a falta de conversar com Renê. Suzana pergunta ao
professor se ele vai mesmo sair com Helena, pois na última hora ela vai
inventar uma desculpa.
Suzana
afirma a Renê que ele tem que gostar de quem gosta dele. Helena diz a Jaime que
precisa falar com o pai dele. Suzana mexe nas coisas de Helena, ela desliga o
celular da professora. Olívia pressiona Helena sobre o relatório.
Helena
questiona Olívia se ela tem motivos para desconfiar de seu trabalho. Renê está
na sorveteria e aguarda Helena. Helena comenta com Rafael que Jaime precisa se
esforçar para o teste que Olívia vai aplicar.
Renê
tenta telefonar para Helena, mas ela não atende. Helena se lembra do
compromisso com Renê, seu celular está desligado, ela estranha. A professora
tenta ligar para Renê, mas propositalmente ele não atende. Jaime deixa de
estudar para ir jogar futebol. Ele sai às escondidas do pai.
http://resumo-das-novelas.com/proximos-capitulos-da-novela/resumo-da-novela-carrossel-resumo-dos-capitulos-de-carrossel/
Agora,
aqui vai uma lista dos erros mais comuns de alunos do Ensino Médio ao comporem
o seu resumo:
a. Titulo
b. Citação ou uso de aspas
c. Opinião
d. Detalhes ou exemplos
e. Texto longo ou com mais de um parágrafo
Compare
esses dois exemplos do romance de Machado de Assis, “Dom Casmurro”:
Resumo
bom
Dona
Gloria, uma mulher muito religiosa, tinha perdido o primeiro filho e o segundo
se sobrevivesse seria padre. Esse ambiente é onde cresce Bentinho, filho de D.
Gloria, o protagonista de D. Casmurro. Desde criança ele fora preparado para a
ordenação, mas Bentinho, apesar de toda a insistência da família não queria se
tornar padre. Uma das razões para isso é que subitamente ele descobre que tem
sentimentos pela vizinha e sua amiga, Capitu. Apesar de tentarem de tudo para
impedir a ida de Bentinho ao seminário chega o momento da separação. Lá onde
Bentinho conhece Escobar, um colega de seminário. Escobar dá a ideia a Bentinho
de como afastar-se do seminário sem quebrar a promessa feita por sua mãe.
Assim, Bentinho pôde voltar para casa e se casar com Capitu. Ao passo que
Escobar,
que também desiste do seminário se casa com a melhor amiga de Capitu, Sancha.
Os dois casais mantinham boas relações até a morte de Escobar. Bentinho fica
enciumado do modo como Capitu olha para o defunto Escobar. Deste momento em
diante as suspeitas
começam
e o ciúme aumenta. Bentinho, inclusive suspeita da paternidade de Ezequiel,
filho de Capitu. E cada vez mais Bentinho enxerga o velho amigo, Escobar
Ezequiel no menino Ezequiel. Por fim, o casal se separa, mesmo que Bento
tivesse uma prova cabal do adultério. Capitu e Ezequiel partem para o exterior
onde passam o resto das vidas. Recluso, Bentinho vira Dom Casmurro, um velho
aborrecido e cheio de si. Sozinho, começa a contar sua história organizando os
fatos de modo a provar a culpa de Capitu.
Resumo
ruim
Dom
Casmurro
Capitolina
e Bentinho cresceram juntos e desde pequenos eram “apaixonados” um pelo outro.
D. Glória (a mãe de Bentinho) havia feito uma promessa de que o seu filho se
tornaria padre. O menino com o passar dos anos foi se apaixonando cada vez mais
por Capitu (apelido atribuído a Capitolina) e mesmo após ter ido ao seminário
tentando fazer a vontade da mãe desistiu da ideia e resolveu assumir o romance.
Capitu,
que também era apaixonada por Bentinho aceita o pedido de casamento. Então
nasce um filho dessa união chamado Ezequiel (uma homenagem a um grande amigo de
Bentinho). Através desse menino o casamento enfrenta problemas, pois Bentinho
imagina que o filho seria de Escobar, o seu amigo e não dele, por ele ser
extremamente parecido com o falecido amigo.
O ciúme
de Bentinho faz com que ele quase mate Ezequiel de tanto ódio, mas por fim isso
não acontece e paira uma duvida no ar “teria Capitu traído ou não o marido?”.
Qualquer leitor consciente responderia sim a esta pergunta, pois no romance
tudo indica que Capitu, uma mulher dissimulada e muito esperta tenha se
apaixonado pelo amigo de Bentinho e dessa traição teria nascido o pequeno
Ezequiel, a cena da mulher deitada no caixão de Escobar já diz e comprovam
todas essas supostas dúvidas.
Agora
que você aprendeu como fazer resumos, vamos praticar? Antes de começar a
escrever os seus textos, releia com atenção os passos para se escrever um bom
resumo indicativo. Com base nos textos abaixo, redija em até 15 linhas e 150
palavras dois resumos indicativos.
Texto 1
- Domingos Pellegrini
O
sorriso do morto
Até para
a família não pensar que desprezei o morto, conforme o costume fui à beira do
caixão e contemplei sua face.
O morto
estava horizontalmente morto. Quietamente morto. Cerosamente morto, com a cor
de parafina velha dos mortos.
Mas
sorria. Sim, o morto sorria. Não o sorriso aberto dos vivos, mas um sorriso
sutil, talvez até irônico, como se levemente debochando daquilo tudo, as caras
compungidas, as conversas em surdina, tantas flores murchando, as assinaturas
comparecendo no livro de presença.
Dos
presentes ali, só o morto estava ausente, mas por causa dele todos ali estavam
– seria por isso o sorriso?
A viúva
conversava com outra viúva, com gestos tão vivos que se traduziam: o que fazer
depois do enterro, papelada a providenciar, cuidado com os cartões de crédito,
podem ser um alívio, desde que se tenha a senha, ou um transtorno de anos na
mão da Justiça e dos bancos!
Eu
interpretava seus gestos, quando um dos filhos me perguntou: eu conhecia seu
pai daonde?
Ah,
contei, de muito tempo atrás, fomos colegas de escola.
Ele
sorriu como o morto sorria em vida, e me abraçou, sussurrando que o pai decerto
estava feliz de me ver ali.
Seria
por isso que o morto sorria? Por rever velhos colegas, reunir na morte os
amigos que a vida não reunia? Então vi, num canto, a primeira namorada do
morto, nossa colega de colégio, agora senhora com seus decoros. Trocamos olhar,
onde vi uma chispa adolescente, e fui até ela.
Logo
rimos dos tempos de colégio, relatamos a vida em poucas palavras, e enfim
passamos para as confidências. O morto parecia sorrir, não? Sim, ela concordou:
– E deve
ser por estar contente comigo.
Claro
que perguntei porque, ela suspirou:
– Ah,
porque tive coragem de vir.
Suspirou
de novo, olhou para os lados e enfim sussurrou:
– Não
fui apenas a primeira namorada dele, fui também sua melhor amiga a vida toda...
Fiquei
sem palavras, mas ela continuou:
– A
gente se encontrava só pra falar da vida, só isso mesmo. Ele dizia que ela e
eles (lançou olhar para a viúva e seus filhos) nunca iam entender. Então a
gente manteve nossa “amizedo”, como ele dizia, nossa amizade em segredo, quase
meio século!...
Choramingou
no lenço, olhou em volta e continuou:
– Era
tão bom! Cada um era confidente e conselheiro do outro. Ele dizia que preferia
me pagar jantar em motel do que pagar psicanalista! E...
Chegou
um paletó bem engravatado, ela apresentou, era seu marido, e fomos para o
enterro. A certa altura, depois que o caixão baixou e o marido estava
distraído, ela sussurrou:
– Era só
amizade, viu? Motel era só por discrição, ou, como ele dizia, necessidade
estrita de puro sigilo.
Era bem
o estilo do morto, “necessidade estrita de puro sigilo”. Certa vez, acendendo a
churrasqueira, ele mostrou um punhado de gravetos, dizendo que eram “apetrechos
indispensáveis para alcançar rapidamente o fim almejado”.
Ela
sussurrou: – E tudo fique entre nós!
Só
balancei a cabeça concordando, claro.
Afinal,
se não podia contar aquilo nem para outros amigos, ao menos eu sabia porque o
morto sorria.
http://www.gazetadopovo.com.br/colunistas/conteudo.phtml?tl=1&id=1341609&tit=O-sorriso-do-morto
Texto 2
- José Bento Renato Monteiro Lobato (Taubaté, 18 de abril de 1882 – São Paulo,
4 de julho de 1948)[1] foi um dos mais influentes escritores brasileiros do
século XX. Foi um importante editor de livros inéditos e autor de importantes
traduções. Seguido a seu precursor Figueiredo Pimentel ("Contos da
Carochinha") da literatura infantil brasileira, ficou popularmente
conhecido pelo conjunto educativo de sua obra de livros infantis, que constitui
aproximadamente a metade da sua produção literária. A outra metade, consistindo
de contos (geralmente sobre temas brasileiros), artigos, críticas, crônicas,
prefácios, cartas, um livro sobre a importância do petróleo e do ferro, e um
único romance, O Presidente Negro, o qual não alcançou a mesma popularidade que
suas obras para crianças, que entre as mais famosas destaca-se Reinações de
Narizinho (1931), Caçadas de Pedrinho (1933) e O Picapau Amarelo (1939).
Contista,
ensaísta e tradutor, este grande nome da literatura brasileira nasceu na cidade
de Taubaté, interior de São Paulo, no ano de 1882. Formado em Direito, atuou
como promotor público até se tornar fazendeiro, após receber herança deixada
pelo avô. Diante de um novo estilo de vida, Lobato passou a publicar seus
primeiros contos em jornais e revistas, sendo que, posteriormente, reuniu uma
série deles em Urupês, obra prima deste famoso escritor.
Em uma
época em que os livros brasileiros eram editados em Paris ou Lisboa, Monteiro
Lobato tornou-se também editor, passando a editar livros também no Brasil. Com
isso, ele implantou uma série de renovações nos livros didáticos e infantis.
Este
notável escritor é bastante conhecido entre as crianças, pois se dedicou a um
estilo de escrita com linguagem simples onde realidade e fantasia estão lado a
lado. Pode-se dizer que ele foi o precursor da literatura infantil no Brasil.
Suas
personagens mais conhecidas são: Emília, uma boneca de pano com sentimento e
idéias independentes; Pedrinho, personagem que o autor se identifica quando
criança; Visconde de Sabugosa, a sabia espiga de milho que tem atitudes de adulto,
Cuca, vilã que aterroriza a todos do sítio, Saci Pererê e outras personagens
que fazem parte da inesquecível obra: O Sítio do Pica-Pau Amarelo, que até hoje
encanta muitas crianças e adultos.
Escreveu
ainda outras incríveis obras infantis, como: A Menina do Nariz Arrebitado, O
Saci, Fábulas do Marquês de Rabicó, Aventuras do Príncipe, Noivado de
Narizinho, O Pó de Pirlimpimpim, Reinações de Narizinho, As Caçadas de
Pedrinho, Emília no País da Gramática, Memórias da Emília, O Poço do Visconde,
O Pica-Pau Amarelo e A Chave do Tamanho.
Fora os
livros infantis, este escritor brasileiro escreveu outras obras literárias,
tais como: O Choque das Raças, Urupês, A Barca de Gleyre e o Escândalo do
Petróleo. Neste último livro, demonstra todo seu nacionalismo, posicionando-se
totalmente favorável a exploração do petróleo apenas por empresas brasileiras.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Monteiro_Lobato#Bibliografia